segunda-feira, 6 de julho de 2009

Contado ninguém acredita!

Pois é. Fui mesmo maltratada na passada semana, mais precisamente na 4ª feira de manhã. Estava eu sossegadinha a fazer o meu trabalho (neste caso, estava somente a medir temperaturas dos equipamentos de frio da zona do balcão), numa padaria cliente, quando sou interpelada por uma cliente do estabelecimento:

"- Esta menina é que me podia servir..."

Como de costume (já estou habituada a que me confundam com uma funcionária), educadamente, indiquei-lhe que não fazia parte do staff. A senhora começou a disparatar comigo, alto e bom som, ficando toda a gente presente totalmente boquiaberta. De início, nem estava a perceber o que a personagem dizia, pedindo-lhe mesmo para repetir. Quando finalmente percebi ("perceber" não sei sé bem o termo, porque até agora não percebi efectivamente), fiquei atónita. A senhora estava a mandar vir comigo, por eu estar ali, dizendo que a minha postura agressiva até espantava os clientes. Primeiro, disse-lhe que não era dali e ela ainda responde com um aliviado "ainda bem!". Depois, já estava a perder a paciência e com vontade de lhe ir às fuças e então perguntei-lhe se ela me conhecia de algum lado para estar a dirigir-me a palavra daquele modo. E que, agressiva e mal educada, estava a ser ela! Ela continuou a barafustar, sem razão nenhuma, por mais ridícula e inacreditável que esta situação possa parecer, até porque eu nem tinha dirigido a palavra nem a ela, nem a ninguém.

Por fim, desejei-lhe um bom dia e afastei-me, caso contrário ou ela não se calava ou eu lhe ia às fuças.

Na verdade, acabei por ter pena da senhora, porque para ter uma atitude daquelas, não se pode estar nada bem.

A verdade é que isto até me fez questionar as minhas expressões faciais. Realmente de bata e touca, não fico lá muito bonita. Aliás, acho que ninguém fica. Mas enfim, ossos do ofício, como se costuma dizer. Às vezes, já me têm dito que estou com uma cara séria e que pareço aborrecida ou coisa assim. A verdade é que até sou uma pessoa bastante sorridente e considero-me bastante paciente em contexto de trabalho, perante os clientes. É claro que sou humana e minimamente normal (se é que isso existe!...), e por vezes fico séria, como é lógico, seja por estar concentrada, abstraída, ou ainda porque simplesmente não me apetece sorrir.

Cheguei rapidamente à conclusão de que esta reflexão era ridícula. A senhora merecia era que eu fosse da ASAE ou algo do género...Tinha piada.

Digam lá se uma pessoa pode estar a trabalhar descansada?!

Contado ninguém acredita!

1 comentário:

Lua disse...

Episódios como este também já aconteceram comigo. Não tão graves, mas já tive que sorrir muitas vezes e dizer: "Eu não trabalho aqui, só um momento."

Quanto à beleza que a nossa indumentária tem de facto, ficamos muito sérias e sisudas...