quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O Quase Fim do Mundo

E lá ando eu a ler este livro de Pepetela, continuando a ler após a pausa para o Harry Potter e as suas Deathly Hallows...continuando a acreditar que o tal fim do mundo de que tanto se fala seja mais um fundamental e inevitável período de mudança que já estamos a passar e o início de um mundo novo. Ah pois! que este bem precisa de uma reciclagem profunda!

Deprimente

Dizem que 2ª feira, dia 24 de Janeiro, foi o dia mais deprimente do ano. Ontem, foi pior, para mim. Senti-me bem mais triste do que na 2ª. Tive uma notícia que veio sublinhar a estupidez e a maldade humanas, reforçando que os "pequeninos", em termos financeiros, são aqueles que continuam a pagar a factura neste mundo cruel. Mas esses pequeninos são grandes em honestidade, conceito alheio e algo perturbador para os "grandes" (ou mais ou menos grandes) do dinheiro.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

No domingo...

passeou-se...


Somewhere over the rainbow

Somewhere over the rainbow
Way up high,
There's a land that I heard of
Once in a lullaby.

Somewhere over the rainbow
Skies are blue,
And the dreams that you dare to dream
Really do come true.

Someday I'll wish upon a star
And wake up where the clouds are far
Behind me.
Where troubles melt like lemon drops
Away above the chimney tops
That's where you'll find me.

Somewhere over the rainbow
Bluebirds fly.
Birds fly over the rainbow.
Why then, oh why can't I?

If happy little bluebirds fly
Beyond the rainbow
Why, oh why can't I?


Judy Garland

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

22 anos...de transformações

Há 22 anos atrás, perdeu-se uma pessoa muito importante na minha vida. Acima de tudo, deu-se um acontecimento extremamente marcante na minha vida: a minhá avó materna faleceu. Com isso, e tudo o que acarretou, todas as outras perdas que senti, passei por uma das fases mais complicadas da minha vida. Ainda hoje pago a factura dessa conta. No entanto, além da parte menos boa, foi algo que permitiu, em parte, que eu fosse quem sou agora.
Falo de perdas, mas deveria estar a falar de transformações, pois não acredito que as pessoas se percam, muito pelo contrário! As pessoas transformam-se, a vida muda, mas nada se perde totalmente. Já lá dizia o génio de Lavoisier, na sua Lei.

Vira o disco e toca o mesmo!

Desta vez, o disco nem sequer virou propriamente!...Após uma campanha em que se estourou mais uns milhares ou milhões, sei lá!, lá se elegeu...suspense...ah! o mesmo presidente. Que a gente por cá não muda muito, não vá a coisa dar ainda mais para o torto, mais vale não arriscar! Muitos de nós (mais de metade) até acharam por bem não votar, afinal não vale a pena! Cansa e não serve para nada exercer o nosso direito tão duramente adquirido e dever cívico fundamental. Com o medo que anda por aí, eu diria que já voltamos à ditadura há algum tempo!...
Mas eu até percebo esta gente. As pessoas estão cansadas de palhaçada. E acharam que não votando, estariam a mostrar revolta ou algo semelhante. No entanto, o resultado não foi afectado e foi tudo dar quase ao mesmo.
Palhaçadas indesejáveis, como por exemplo, terem feito uma confusão para darem com o número de eleitor do maridinho e uma perda de tempo com o meu, quando ao entregar o BI (ainda não tenho o cartão de cidadão), anunciei de imediato o meu novo número de eleitora...Outro caso foi a palermice de não haver sistema pronto para quem já possui o maravilhoso e inútil até ao momento cartão do cidadão. Na verdade até serviu para algo: para chatear e colorir o momento do voto, basicamente dar que falar e reclamar um pouquinho mais. Que isto neste país, faz-se muito pouco: fala-se, vende-se, mente-se e rouba-se bastante, mas fazer mesmo algo, isso são favas contadas lá do tempo dos Descobrimentos.
O único ponto positivo foi ver um candidato sem máquina partidária a conseguir uma percentagem considerável de votos! Isso e o facto de o cargo de Presidente da República ser, como alguém ontem dizia sabiamente, mais um elemento decorativo!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Problema dos chapéus

Aqui fica uma das versões (descobri entretanto que existem várias) deste problema que me foi colocada hoje:

"Três homens numa fila sabem que têm na cabeça três chapéus, escolhidos de um grupo de cinco, em que três são cinzentos e dois são pretos. Além disso, cada um só vê os chapéus daqueles que estão à sua frente. Pergunta-se-lhes então que chapéus têm na cabeça e o que está mais atrás diz: não tenho dados que cheguem para responder. Depois de ouvir isto, o que está no meio diz o mesmo. Pergunta-se: O chapéu do que está à frente é cinzento ou preto?

Eu já percebi, mas como as hormonas me estão a afectar negativamente os neurónios, não foi lá muito fácil.
Divirtam-se!

Hormonas safadas

Isto de ser pessoa tem muito que se lhe diga. Isto de ser "pessoa-mulher" então!...

Hoje, à conta das safadas das hormonas o meu humor foi bastante variável e esforçado. A minha sensibilidade está em níveis proibitivos. Não sei se ria ou se chore, mas talvez vá fazendo um pouco de ambas. Talvez seja melhor não tentar controlar, nem tão pouco entender.
Mas, tirem-me deste filme, por favor!

Tudo quanto sou...

"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."


Ricardo Reis


Hoje, logo de manhã, reflecti um pouco (para juntar ao que já faço a quase todo o momento!...)acerca da minha situação profissional actual. Apesar de não estar a fazer aquilo que realmente gostaria, acabo por retirar algum prazer do trabalho, porque pelo meio das tarefas redutoras ou simplistas, dos assuntos já debetidos e rebatidos e gastos, de algumas pessoas menos agradáveis, tenho o reverso da medalha. Conheço pessoas interessantes, aprendo sempre alguma coisa (por pouco que seja), mesmo não estando relacionado directamente com o trabalho em si, acima de tudo lido com pessoas e tento melhorar-lhes a vida de alguma maneira, embora nem sempre isso aconteça. Tento que o meu sorriso passe para a vida das pessoas. E faço-o o mais honestamente que consigo, tendo em conta as contingências do mundo do trabalho. Consigo também trabalhar em casa, o que é óptimo, pois estou no meu ambiente e não tenho que ir para um escritório com ambiente pouco aconselhável todos os dias, como o tinha que fazer antes...
Resumindo, a verdade é que, continuando a sonhar em fazer outra coisa da vida (ou outras coisas!), sinto-me bem, a viver o momento. E, tentando não me desgastar desnecessariamente e mantendo tudo no lugar, faço como no poema e ponho tudo quanto sou no mínimo que faço. Não sei fazer de outra maneira. Mas faço-o agora mais serenamente, porque fui bem acolhida. Espero que seja suficiente.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Experiência

Enviaram-me esta redacção e resolvi partilhá-la aqui, pois identifiquei-me com a essência das palavras que fazem tanto sentido!



REDAÇÃO DO CONCURSO NA VOLKSWAGEN
No processo de seleção da Volkswagen do Brasil, os candidatos deveriam responder a seguinte pergunta: 'Você tem experiência'?
A redação abaixo foi desenvolvida por um dos candidatos.
Ele foi aprovado e seu texto está fazendo sucesso, e ele com certeza será sempre lembrado por sua criatividade, sua poesia, e acima de tudo por sua alma.

REDAÇÃO VENCEDORA:

Já fiz cosquinha na minha irmã pra ela parar de chorar, Já me queimei brincando com vela. Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo. Já confundi Sentimentos.
Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, Já me cortei fazendo a barba apressado, já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, Já subi em árvore pra roubar fruta. Já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas,
Já escrevi no muro da escola,
Já chorei sentado no chão do banheiro,
Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando. Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, Já me joguei na piscina sem vontade de voltar, Já bebi uísque até sentir dormente os meus lábios, Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua,
Já gritei de felicidade,
Já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um 'para sempre' pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol.
Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.
E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: 'Qual sua experiência?'.
Essa pergunta ecoa no meu cérebro:
experiência...experiência...Será que ser 'plantador de sorrisos' é uma boa experiência?
Sonhos!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!
Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta
pergunta:
Experiência? 'Quem a tem, se a todo o momento tudo se renova?'.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Receita de Ano Novo

Enviaram-me hoje esta receita. Pareceu-me tão "saborosa" que resolvi partilhá-la.


"Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegrama?).

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre."


Receita de Ano Novo :: Carlos Drumond de Andrade