Trabalhar, trabalhar. É saudável trabalhar. No entanto, há determinadas contingências inerentes ao trabalho que me põem furiosa. Condições estas associadas ao meu emprego. A verdade é que, para além de furiosa, sinto-me frustrada e até, muitas vezes, revoltada. Alguém me diz, por favor, porque tenho eu que conduzir um carro miserável, sem conforto, sujo e nada prático?! Será que mereço esta merda?
Excluindo um ou outro pormenor mais ou menos errado, mais ou menos ridículo, mais ou menos desgastante, nem se pode considerar tão mau assim. Mesmo assim, estas coisas que fazemos por dinheiro (que, ainda por cima, é pouco!) são mesmo muito estranhas.
Já para não falar no facto de não ter oportunidade de aprender algo novo, de evoluir (sinto-me estagnada, nesse sentido). Isso até já considero um luxo. Um luxo ao qual, actualmente, não tenho direito. Não usufruo.
É verdade! Cada vez gosto menos daquilo que faço no meu dia-a-dia. Ou chamemos-lhe aquilo que sou "obrigada" a fazer. Por dinheiro. Pelo famigerado dinheiro. Incrível, não?
Bem que pode dizer: "podia ser pior"...Mas isso já não me dá grande consolo. Acho que merecia mais. Ou melhor. Até porque me esforcei e continuo a esforçar para tal.
Questiono-me se terei seguido o caminho errado. O que gostaria mesmo é de dar aulas ou formação. Ou então ser escritora. Ou ambas. O problema é que também já não sei muito bem o que fazer em relação a isso.
A verdade é que algo que é realmente bom é sempre difícil de atingir. E, se assim não for, perde o encanto. O pior é que, de momento, não parece difícil, mas sim impossível.
Vou continuar agarrada à ideia de que nada é impossível. Vou tentar não dramatizar mais e aproveitar as tantas outras coisas boas que a vida tem. E, como ainda acredito que tudo tem uma razão de ser, vou deixar fluir os acontecimentos e a razão há-de aparecer. Ou não.
De qualquer modo, há que continuar a acreditar.
Que Deus me dê força para mudar aquilo que posso e capacidade para aceitar/lidar com as coisas que não posso mudar.
Ainda continuo a acreditar que posso mudar o mundo. Pelo menos, penso que posso mudar o "meu mundo" ou o modo como o encaro a cada momento.
Sem dúvida que escrever desempenha, para mim, um papel fundamental nesse sentido. Já tinha saudades...
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