sexta-feira, 28 de março de 2008

Chuva


Foto de Vítor M.

Vai pingando água
líquido sagrado da natureza;
lavam-se a dor e a mágoa,
permanecem réstias de tristeza.

Chuva jovem sem norte,
aguaceiros caídos do céu,
chuva madura e forte,
soltando das nuvens o véu.

Surge como real perigo
nas garras de um temporal.
Não é crime, nem castigo,
é apenas natural.

terça-feira, 25 de março de 2008

Sentidos

Ouves o som do silêncio,
o silêncio musical
do tempo que passou,
dos anos a contar?
Consegues escutar?
Vês o escuro colorido
do céu nocturno
iluminado só para nós
e para o resto do Mundo?

Sentes o aroma fresco,
o cheiro quente
da minha pele na tua pele,
o sabor salgado
e meio adocicado
dos beijos e das carícias,
das pequenas gigantes delícias
criadas para partilhar?

Sentes a brisa perfumada
dos momentos passados,
do tempo ainda a contar?

Consegues sentir?
Consegues apreciar?

Uma taça de cerejas
prontas a trincar.
Uma borboleta colorida
por aqui a esvoaçar.
Um café quente,
os sorrisos da gente
à luz do luar
e da chama da vela
acesa para iluminar,
aquecendo a alma,
aconchegando o coração
que vai batendo ao ritmo da vida
na maravilha de amar.

Escrito em 18 de Março de 2008